O que não falta na vida de todo mochileiro são perrengues já vividos por esse mundão. Tudo bem que depois que passa eles se tornam histórias engraçadas, mas na hora, meu amigo, você não deseja isso nem para o seu pior inimigo. Ainda mais quando se trata de hospedagem!
Pois bem. Pensando em deixar sua semana um pouco mais divertida, vários blogs toparam participar de uma blogagem coletiva com a #deuruim.
No final do post há os links de todos os outros sites que estão participando! Corre lá conferir porque tem muita história engraçada.
Após duas horas de viagem cheguei a tão esperada Montañita, uma pequena cidade localizada no litoral equatoriano que há muito tempo já estava na minha lista de lugares que queria conhecer.
A cidade se torna cada vez mais um dos principais points entre mochileiros na América do Sul. A combinação preços baixos, praia, festas e boa infraestrutura para os viajantes, são as principais razões para isso.
Aliás, era exatamente o que eu queria: sol, cerveja gelada, muita diversão e sem gastar muito.
Após descer na pequena rodoviária, fui em busca de algum lugar para ficar. Devido a uma mudança repentina de itinerário e falta de internet, cheguei lá sem ter feito reserva para hospedagem.
Isso porque, a grande oferta de albergues e hotéis em Montañita, e o fato de todos estarem praticamente localizados nas mesmas ruas, me fizeram pensar que jamais teria problemas com isso.
Parei em um hostel que me parecia bem legal e entrei para perguntar se havia dormitórios disponíveis. O recepcionista muito educadamente me respondeu que todos os quartos compartilhados e privados já estavam lotados há algumas semanas.
“Bom, esse hostel deve ser realmente muito bom e por isso deve estar lotado”, pensei ao sair.
Eis que ao bater no segundo hostel, descubro que aquele final de semana fazia parte de um feriado prolongado.
→ Momento história!
Você por acaso sabe quando foi dado o primeiro grito de independência no Equador???
Pois é, eu também não sabia. 10 de agosto de 1809 é a resposta certa. E exatos 205 anos depois, lá estava eu visitando esse agradável país.
Foi nessa hora que eu tive consciência de que encontrar um lugar vago e que ainda por cima coubesse no meu limitadíssimo orçamento, não seria uma tarefa tão fácil.
Três horas depois de ter feito essa descoberta, eu ainda estava debaixo do calor de quase 40 C em busca de um teto. Inclusive, as minhas duas mochilas que até então eu não considerava tão pesadas, já pareciam pesar mais de 50 quilos cada uma.
Depois de ter passado pelo menos umas dez vezes pelas mesmas ruas, um senhor me parou perguntando se eu estava precisando de um lugar para ficar.
Animado com a possibilidade de não ter que dormir ao relento, respondi com sonoros si, si, si.
Ele me falou que tinha um quarto disponível e que poderia me levar para dar uma olhada. Aceitei. No caminho para tal lugar, que não era nem um pouco perto da praia e do centro, ele foi me dando detalhes da habitación.
O lugar na verdade se tratava de um alojamento onde algumas pessoas moravam. Como era feriado e os preços subiam, uma das hóspedes havia deixado o lugar há poucos minutos e iria passar o final de semana com família em outra cidade.
“A casa é bem simples, não tem wi-fi e nem nada do que esses hotéis tem por aí”, me disse o senhor. “Você terá apenas o seu quarto com uma cama e um banheiro privado”.
Nada mal pensei.
Chegando lá vi que o quarto era realmente como ele disse. Simples mas suficiente para eu passar algumas noites.
Perguntei o preço.
“US$ 150,00”, ele me respondeu sem a menor cerimônia.
Quase cai rolando escada abaixo.
O valor era muito, mas muito mais do que eu esperava pagar. Para vocês terem uma ideia, o valor de um quarto compartilhado em hostel, no Equador, dificilmente passa dos US$ 10,00/ noite.
Comecei a negociar. Afinal, já havia ido a praticamente todas as hospedagens da cidade e constatado que não havia vaga em nenhuma.
Depois de muita luta chegamos a US$ 110,00 pelas três noites.
Paciência… Teria que cortar alguns gastos ao longo da viagem para compensar esse prejuízo, mas tudo já estava resolvido.
Agora era só alegria, certo?
Mais ou menos. Descobri que quando a Lei de Murphy começa a agir, há grandes chances de outras coisas darem errado até o final do dia.
Depois de conhecer um pessoal bem gente boa na praia e curtirmos o pôr do sol, combinamos de nos encontrar á noite para bebermos em algum lugar.
Voltei para o meu lar, e já havia esquecido o acontecimento da tarde e até estava contente por ter o meu primeiro quarto privado depois de meses viajando. Mesmo sabendo que ele tinha praticamente me levado a falência.
Já estava quase na hora de encontrar o pessoal e fui tomar banho.
De repente, no meio do banho, escuridão.
A energia acabou.
E não somente a energia, mas junto também se foi a água. Bem naquela hora que você está com espuma até nos olhos.
Alguma bomba era responsável por trazer água até o banheiro e sem energia elétrica ela não funcionava.
Esperei um pouco. Afinal, acreditava que por algum milagre ela iria voltar.
Cinco minutos depois ela volta.
No entanto, por apenas míseros cinco segundos e acaba novamente.
Esperei mais cinco minutos e nada. Saí pelo “hostel” de toalha em busca de alguma informação.
Ninguém.
Além disso, o apagão tinha sido geral, o hostel estava às escuras.
Voltei para o quarto e lembrei que tinha uma garrafinha de água pela metade. Usei aquele precioso líquido com muito cuidado, mas é obvio que ela não foi suficiente para terminar de me enxaguar.
Já estava dez minutos atrasado para me encontrar com o pessoal.
Não tinha jeito. A única solução era ir até a praia para terminar meu banho no mar. E foi o que fiz.
Fui até lá com o cabelo cheio de shampoo e finalmente consegui me livrar de toda aquela espuma.
Voltei para o “hostel” (que ainda estava sem energia) me troquei super rápido e fui encontrar a galera.
No entanto, já era tarde demais e eles não estavam mais lá.
Por fim, o jeito foi terminar a noite bebendo uma cerveja sozinho. Aliás, tudo bem que aquilo não era de todo ruim. Mas ficou aquela sensação de que as coisas poderiam ter sido melhores em Montañita.
A vida é assim. Para cada vacilada uma lição nova que você aprende!
Depois disso, sempre tomo o cuidado de pesquisar sobre os feriados do país e cidades que irei visitar.
E sinceramente recomendo que você faça o mesmo.
Em busca por um hostel: a saga continua
Depois de Montañita meu próximo destino foi Cuenca. E claro, dessa vez reservei um hostel antes de chegar na cidade.
Porém, meu ônibus atrasou bastante por causa do trânsito (lembra que era feriado prolongado?) e ao invés de chegar a tarde, cheguei em Cuenca quase de madrugada.
Quando cheguei no hostel, adivinha?! Eles acharam que eu não iria mais, portanto, haviam dado a minha vaga para outra pessoa.
A recepcionista ficou muito chateada (ou pelo menos fingiu) e me ajudou a procurar outro lugar. Por fim, depois de cinco telefonemas e todos lotados, encontramos um hostel pelo mesmo preço e que era perto de onde estava.
Menos mal, dessa vez só precisei andar uns 800 metros.
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Realmente um ferisdo prolongar atrapalha bastante num caso como esse… Confesso que confirme ia lendo, achei que quem te ajudava era um véio tarado…. Ainda bem q i perrengue não foi o que imaginei. :-p
hahahahaha
Ainda bem!
xD
Geeeente, eu ri com banho de mar, sorry, rs! Que aventura e que mercenário esse dono do “hostel”, hein? Ainda bem que deu tudo certo no fim das contas e ficou com uma boa história para contar!
hahahahaha
Nem fale!
Mas é assim… depois que passa a gente ri!
hahahaha
Abraço
Ótima dica, Murilo, nunca tinha pensado na possibilidade de ficar sem hospedagem chegando em algum lugar. Mas a sua situação foi osso mesmo, acabar de tomar banho no mar. E depois, como se livrou do sal no corpo, afff? Ainda bem que hoje você ri desse perrengue, se fosse eu estaria chorando até hoje.
Era o sal ou a espuma Gisele…
Tive que escolher…hahahhaha
O sal só saiu no outro dia! kkkk
Abraço,
Murilo
Só passei a reservar hospedagem depois que o Lipe nasceu, antes viajávamos sem reservas pra todo lugar, era tão bommmmm ter essa liberdade! Saudades!
Mas é verdade, a Lei de Murphy é imbatível!
Também curto demais essa liberdade Claudia…
Ainda mais porque mudar de planos na última hora é comigo mesmo…
Tipo ficar mais tempo em alguma cidade… hehehehe
Abraço
Murilo
Putz, terminar de tomar banho no mar foi foda…Me lembrou um carnaval em Diamantina em que ficamos 2 dias sem água, tomando banho com lencinho umedecido de bebe…hahaha
Nossaa…
Acho que o seu caso ainda foi pior que o mar em Stephanie?!
hahahahaha
Abraço,
Murilo
Olha, você não tem noção. Melhor nem entrar em detalhes….hahaha
Já aconteceu isso conosco numa viagem ao litoral norte de São Paulo. Que sufoco! acabamos caindo na mesma armadilha. Pagamos uma nota preta por uma acomodação bem merda…
Acho que agora aprendemos a lição né Simone?!
hahahahaha
Abraço,
Murilo
Estou tentando imaginar a cena de você saindo todo ensaboado para terminar o banho no mar!!! Meu Deus! Que situação, hein!
hahahahaha
Ana, é um daqueles momentos que você se pergunta, “O que eu tô fazendo nesse lugar?!”
kkkkkkk
Abraço,
Hahahahhaha… tadinho, que baque! Que bom que com um pouco de criatividade tudo se ajeita.
Perrengues com hotéis são clássicos.
Tudo o que eu precisava na viagem Gisele! sqn
Tive que escolher entre a espuma ou o sal do mar!
hahahahaha
Abraço,
Ainda bem que o susto do convite do senhorzinho foi só no preço da hospedagem. Você foi contando a história e já estava pensando em algo mais assustador… rs.
Deixar para ter procurar o hotel apenas no local é sempre complicado, até hoje eu lembro da fileira de picadas de pulgas do hostel que achei em La Paz ou da necessidade de montar guarda para minha então namorada tomar banho, por que o banheiro não tinha porta. 🙂
Eitaaa… Ainda bem que pulgas não tinha nesse!
hahahhaha
Ah, e você não iria precisar montar guarda nesse… era só ir pro mar e boa! hehehehe
Abraço,
Murilo
Vi TANTO, mas TANTO brasileiro dando com a cara na porta do Loki, em La Paz, no reveillon de 2014 que me assusto como tem gente que pode conseguir se planejar tão mal… Mas, né, tô falando de um feriado que TODO MUNDO SABE, hahaha
Claro que pra feriado local te entendo (nunca dei esse azar, mas poderia ter dado, rs), mas tem um povo que abusa kkkk
hahahahaha
Verdade Camila…
Mas agora SEMPRE pesquiso feriados ou até mesmo shows e eventos que podem acontecer!
E mesmo não sendo feriado estou criando o hábito de reservar!
Depois que pesa no nosso bolso a gente aprende! kkkkk
xD